O nosso ingresso como investidoras anjo no MIA nos proporcionou refletir sobre quem somos e satisfazer alguns sentimentos e desejos que tínhamos como empreendedoras (de um mercado tradicional por natureza como a advocacia) e como investidoras. Resolvemos dividir com Vocês alguns dos sentimentos e motivos que nos levaram a participar do MIA com o intuito de incentivar mais investidoras como nós a integrarem a rede.
1. Orgulho e empatia. Nossa história como sócias de um escritório de advocacia eminentemente (e, cremos, por coincidência, ao menos de forma consciente) liderado por mulheres veio a tona como flashback. Até então não tínhamos parado para pensar nos desafios adicionais das empreendedoras e executivas que batalham em um ambiente de negócios de maioria masculina e o que isso representou para um grupo de mulheres advogadas que começou e inseriu o escritório em operações do mundo das finanças e dos negócios dos mais diversos tamanhos e complexidades. Talvez porque a “alma feminina” por trás do que fazemos gerou mais qualidades do que defeitos, porque nossos parceiros-clientes apreciam essas qualidades, e, mais importante ainda, porque nos enxergamos como profissionais e empreendedoras raçudas, que como outros profissionais e empreendedores batalham para começar e fazer crescer seus negócios. Achamos que esse orgulho da história e conhecimento dos desafios que o empreendedorismo traz são fatores intrínsecos a decisão de se tornar um investidor anjo. O MIA acrescenta a isso uma identidade de histórias de empreendedoras e executivas que, assim como nós, simplesmente fizeram, fazem e farão acontecer, superando preconceitos próprios e de outros quaisquer. 2. Aprendizado e Rede de Contatos. O MIA foi o primeiro grupo de investidores anjo do qual decidimos fazer parte como investidoras. Antes disso tínhamos auxiliado meramente como advogadas alguns de nossos clientes que ou buscavam captar esse tipo de investimento ou pretendiam investir em empresas nascentes. Nos encontros do MIA, aprendemos com investidoras experientes alguns requisitos para avaliar o potencial do negócio e das empreendedoras que buscam investimento, aprendemos com empreendedoras sobre carências de determinados mercados e possíveis soluções e transmitimos um pouco de nossa experiência, como empreendedoras (sócias de um escritório de advocacia) e como profissionais (advogadas na área empresarial). 3. Diversificação de Investimentos. Seja por nossa experiência profissional como advogadas atuantes no mundo empresarial e financeiro, seja por um esforço pessoal de educação financeira, tínhamos a noção de que as opções de investimento tradicionais em capital de risco (ações em bolsa, quotas em fundos de investimento, mercado de opções, entre outras) são limitadas, dependem de decisão de gestores ou informações de analistas e estão mais sujeitas à especulação e fatores macroeconômicos. Por outro lado, fora de um grupo de investidores, não tínhamos acesso a empresas e a negócios que poderíamos considerar como com alto potencial de retorno. O ingresso no MIA vem nos permitindo conhecer um portfólio muito bem selecionado de empreendedoras e empresas já familiarizadas com o formato do investimento anjo, conversar com outras investidoras e formar grupos para reduzir nossos custos de transação (análise da empresa e análise de documentos) e permitir a captação em conjunto com a consequente diluição do risco entre o grupo de investidores e maior potencial de diversificação do portfólio conjunto. Vale contarmos também um desafio adicional que tivemos que superar – a postura conservadora do advogado tradicional. Além de refletir sobre os aspectos positivos que citamos acima, tivemos que fazer um exercício para acalmar o nosso lado risk averse que a formação como advogadas nos incute. Resolvemos não apenas nos tornarmos investidoras, como também usar o que de melhor a nossa formação técnica nos trouxe para incrementar as chances de sucesso dos nossos investimentos, quais sejam: possibilidade de analisar juridicamente o negócio, orientar empreendedoras sobre as boas práticas legais e medidas de mitigação de riscos e a possibilidade de construir documentos que formalizem o investimento anjo de uma forma que os incentivos e obrigações sejam equilibrados e viabilizem o investimento. Acreditamos que cada possível investidora tem uma história que, somada ao desejo de aprender, trocar experiência, conhecer oportunidades e diversificar investimentos pode ser motivadora para ela vestir a asa e a auréola de anjo. Resolvemos dividir a nossa e esperamos aprender muito mais com as de Vocês. Finalizamos com uma frase que adoramos repetir: “Girls, there are no limits...”- Condoleezza Rice, ex-Secretaria de Estado Norte Americano para a Ban Bossy Campaign Por Rosely Cruz e Natasha Pryngler, ambas advogadas e sócias do escritório Neolaw (www.neolaw.com.br), fundadoras do Instituto Brasileiro de Administração Judicial (IBAJUD – www.ibajud.org) e co-fundadoras, em conjunto com a escola de direito da Fundação Getúlio Vargas, do Laboratório de Empresas Nascentes em Tecnologia (LENT – www.lentec.com.br)
0 Comentários
Seu comentário será publicado após ser aprovado.
Enviar uma resposta. |
SobreEste é um espaço para compartilhar ideias e experiências sobre o mundo de investimento anjo e empreendedorismo feminino. Tópicos
Maio 2015
Categorias |